sexta-feira, 7 de junho de 2013

Olhos Azuis


Nome: Olhos Azuis / Blue Eyes

  • Origem: Brasil
  • Ano de produção: 2009
  • Gênero: Suspense, Drama
  • Duração: 111 min
  • Direção: José Joffily
  • Montagem: Pedro Bronz
  • Fotografia: Nonato Estrela 
  • Som: José Moreau Louzeiro
  • Elenco: Irandhir Santos, Branca Messina, David Rasche, Cristina Lago

  • Sinopse:
Olhos Azuis acompanha a história de Marshall (David Rasche), chefe do Departamento de Imigração do Aeroporto de Nova Iorque, que, em seu último dia de trabalho, detém um grupo de latino-americanos, expondo-os a uma série de situações humilhantes. Nonato (Irandhir Santos) é um dos personagens que mais sofre na mão de Marshall. Anos depois, os papéis se invertem. Marshall é um estrangeiro no Brasil.*


Comentário


O filme desenrola-se em dois momentos e cenarios diferentes, tem o inicio cronológico em um dia de trabalho dos funcionarios da imigraçao num aeroporto norte-americano. Essa equipe é quem checa os documentos e toma a decisao sobre quem, dos vários estrangeiros que ali chegam, vai ser deportado e quem poderá entrar nos EUA. Retrata, por parte de alguns funcionarios, uma atitude de desprezo e deboche, inicialmente velado, mas que vai se agravando a medida que o chefe, Marshall, se embebeda.

A arrogância e xenofobia de parte da população norte-americana em relação a estrangeiros é o principal tema do filme, e é focado sobre o tratamento dado aos latino-americanos, que são humilhados e ridicularizados na entrevista para entrar nos EUA.

O outro plano do filme se passa no Brasil, mostrando as andanças de Marshall pelo país. Nessa parte vemos (superficialmente) o que um “gringo” vê ao chegar no Nordeste, se embrenhando no sertão, com a vegetaçao seca, as casinhas pobres de barro, o calor abrasador, o forró...

Mas creio que esse não seja o foco, nem a parte mais interessante da obra. Na sala de espera do aeroporto estão um casal de argentinos, uma cubana, uma turma de bolivianos e um brasileiro. São um a um chamados para a entrevista. Além do preconceito, do desrespeito, do abuso de autoridade, que conhecemos e encontramos na polícia, é mostrado uma mulher, uma mulher negra compactuando e participando da ridicularizaçao de gente vitima de preconceito, assim como o que os(as) negros(as) as mulheres, os latino-americanos tem enfrentado há séculos.

No desenrolar dos fatos refletimos sobre a questão do discurso e de adequação de alguns indivíduos provenientes de “minorias” ao pensamento dominante, negando a sua própria condição de marginalização e entrando no jogo preconceituoso do outro, a fim de alcançar alguma posição na estrutura de poder, conseguir status, se enquadramdo na lógica mesquinha do discurso que oprime.

A obra traz uma discussão interessante e sempre atual além de uma montagem envolvente que prende o espectador ao ver duas histórias se desenvolverem paralelamente apesar de estarem em tempos e espaços totalmente opostos.

domingo, 2 de junho de 2013

O Grande Gatsby

Direção: Baz Luhrmann
Roteiro: Baz Luhrmann (adaptação do romance homônimo de F. Scott Fitzgerald)
Gênero: Drama/Romance
Origem: Austrália/Estados Unidos
Duração:142 minutos
Tipo: Longa-metragem
Ano: 2013
Elenco:Leonardo DiCaprio,Tobey Maguire,Carey Mulligan,Joel Edgerton,Isla Fisher
Do mesmo diretor: 2008 Australia, 2001 Moulin Rouge!, 1996 Romeo and Juliet, 1992 Strictly Ballroom




SinopseAnos 1920 Nova York. Jay Gatsby (DiCaprio) é um milionário que vive em Long Island. Nick Carraway (Tobey Maguire) se torna vizinho de Jay. A curiosidade de Nick sobre o estilo de vida de Jay e algumas coincidências o levam a conhecer Jay. Aos poucos Carraway passa a frequentar o círculo de Gatsby e começa a descobrir uma intrincada rede de relacionamentos e revelações sobre o passado de seu vizinho.

Consideração


The great, the great Gatsby! Um nome grande pra uma obra que não se contém em palavras em um livro ou um filme, uma obra que ficou para a história, que se for lida daqui a mil anos ainda fará todo sentido.

Evidentemente não vou comparar o livro com o filme, filme é filme, livro é livro. Nem poderia, o filme não tenta ser uma fiel reprodução do livro, tem autor, tem estilo. A produção transcende a ideia de simples adaptação e passa ao domínio da criação, o diretor conseguiu impor seu estilo e se não estou muito enganado o filme vai se tornar a uma das grandes obras cinematográficas da década.


Talvez esteja demasiado impressionado pelo fato do livro ter operado uma verdadeira catarse na minha vida, mas quando acreditamos que somos únicos em um sentimento nos enganamos profundamente, e não é a toa que se trata de um clássico.

A história por detrás do Grande Gatsby não é algo surreal, inimaginável ou encantadora, como um livro de Saramago ou Jorge Luis Borges. O que faz desta obra universal é o sentimento que ela consegue passar, um livro simples, uma história simples, porém de uma dimensão sem palavras para definí-la.

Não saberia dizer a impressão que alguém que não leu o livro teria ao ver filme, (isso é impossível) uma vez que uma ideia entra na cabeça e não conseguimos analisar mais com imparcialidade. O fato é que o filme conseguiu alcançar aquele lugar da alma que o livro também alcançou, talvez não com tanta intensidade, mas o que percebi na saída do cinema foi um imenso silêncio, as pessoas falavam consigo mesmas.

A ideia de descrever as sensações que se tem ao ver uma obra de arte não me agrada quando se trata de falar para aqueles que ainda não a viram, os indivíduos que cometem tal crime deveriam ser apedrejados em praça pública, isso ao meu ver atrapalha essa experiência individual, entramos no cinema com uma impressão pré concebida, como se fosse a única ou a mais exata e isso definitivamente não existe. Prefiro não dizer uma palavra sobre essa sensação deixada pelo filme.

Enfim, resumindo, a produção me surpreendeu, o diretor pegou um trabalho difícil de realizar e obteve sucesso, foi corajoso inovando com efeitos especiais colocados sob medida em uma obra de época, sem falar da trilha sonora muito bem adaptada (que será lançada pelo selo de Jack White -Third Man Records). Inovar em uma “adaptação” de um clássico do calibre de O Grande Gatsby, e o fazer com toque de autoria, ainda por cima reproduzindo o que a obra tem mais essencial - essa coisa não palpável - é realmente fantástico.
Vale a pena ser visto, um filme que ainda vai incitar muitos debates e reflexões.  

Trilha sonora. (Soundtrack The Great Gatsby)

1. Jay-Z: "100$ Bill"
2. Beyoncé and André 3000: Back to Black"
3. will.i.am: "Bang Bang"
4. Fergie, Q-Tip, and GoonRock: "A Little Party Never Killed Nobody (All We Got)"
5. Lana Del Rey: "Young and Beautiful"
6. Bryan Ferry Woth the Bryan Ferry Orchestra: "Love Is the Drug"
7. Florence and the Machine: "Over the Love"
8. Coco O of Quadron: "Where The Wind Blows"
9. Emeli Sandé and the Bryan Ferry Orchestra: "Crazy in Love"
10. The xx: "Together"
11. Gotye: "Hearts a Mess"
12. Jack White: "Love Is Blindness"
13. Nero: "Into the Past"
14. Sia: "Kill and Run